NÃO AO ABORTO: e daí?
Belo Horizonte é uma cidade que está sempre presente no meu coração. Coisas que lá acontecem mexem comigo. Então, quando vejo mães jogando fora filhos recém-nascidos, lançando-os na Lagoa da Pampulha (pertinho de onde eu morava) ou na região industrial, onde passa o ribeirão Arrudas, e depois em Ibirité, isso me causa um sentimento que vai além do horror ao infanticídio. Ressalvado o folclore sobre a TFM (Tradicional Família Mineira), em Minas também se aborta, como em qualquer lugar, e também se engravida fora de hora, se é que existe hora certa para nascer e morrer. A maior parte de nós, habitantes do planeta, nascemos por descuido. Planejados mesmo só os fertilizados in vitro, e mesmo assim onde era para vingar um só costumam vir trigêmeos... Os meninos e meninas boiando nos ribeirões e lagoas de Minas e do Brasil em sacos de lixo (e não no gracioso cestinho de Moisés no rio Nilo) não foram abortados. A gestação transcorreu até fase bem adiantada, oito meses, ou a criança nas...