Idade prima
Gostaria de começar meu texto cumprimentando minha legião de amigos. Depois, pensei um pouco melhor. Legião era uma tropa de dez mil soldados romanos. Com certeza o número de meus amigos não chega a tanto. Além disso, me vem à memória o episódio dos porcos gadarenos, possuídos por uma legião de demônios. Sinceramente, não acho que meus amigos (e amigas) sejam porcos nem encapetados...
Mas, aos muitos amigos e, especialmente, aos muito amigos, gostaria de falar dessa nova idade: 47 anos.
As fases da vida são, muitas vezes, associadas às décadas da idade. São idades pares, algumas divisíveis por 2, por 3, por 5, ou todos eles. Voltei a estudar os números primos fazendo exercícios de MDC e MMC com o Ariel. Fatorar os números, relembrar propriedades, rever antigos métodos vistos há quase 40 anos...
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o menino ou menina deixa de ser considerado criança com doze anos. Aos dezesseis já pode se alistar para votar. Aos dezoito, chega a maioridade e o Serviço Militar, além do direito a ser candidato a vereador. Aos 21 o cidadão pode ser candidato a Deputado.
As idades redondas começam a contar aos trinta anos, número consagrado por Honoré de Balzac quando escreveu sobre as mulheres dessa idade. Aos quarenta, começa a fase dos “enta”, quando (dizem) o tempo começa a passar mais depressa...
Idades com números primos também têm seu lugar na rotina da civilização ocidental. O primeiro aniversário acontece com 1 ano, que é primo. É aquele aniversário mais curtido pelos pais e avós que pelo filho/neto propriamente. Depois vem o segundo, número 2, primo também, e dessa vez o pequeno aproveita mais a festa. Com três anos já é hora de começar a educação infantil, ir à escolinha para ser estimulado, socializado, essas coisas. A idade número 5 vive o início da alfabetização, saber desenhar letrinhas, os primeiros passos no ato de ler. O próximo número primo das idades é o 7, da primeira formatura do Jardim. Vamos pular os 9 anos, e chegar aos 11, da primeira fase do Ensino Fundamental, às vezes hora de mudar de escola.
Os treze anos são uma idade marcante para os judeus. É neles que acontece a cerimônia do Bar Mitzva, quando o menino passa a ser considerado como adulto nas cerimônias religiosas. Agora ele é contado como um homem judeu.
Dezessete anos é uma idade de conclusão do Ensino Médio, hora de fazer o Vestibular. Muitas vezes para conseguir passar aos dezenove. E quem começa a faculdade aos 18 ou 19 vai se formar aos 23 e batalhar para entrar no mercado de trabalho.
Toda essa aritmética é para tentar imaginar o que fazer – ou o que poderá acontecer – aos 47. Preparar-se para a festa dos 50? Ainda está meio longe. E 50 anos não parece mais idade, é jubileu de ouro.
Fica uma sugestão aos próximos aniversariantes: no dia, leiam o Salmo 90 (o único atribuído a Moisés) e ouçam a Oração ao Tempo, de Caetano. Um texto sagrado e outro profano, ambos profundamente poéticos.
E, mais uma vez, obrigado pela lembrança.
Mas, aos muitos amigos e, especialmente, aos muito amigos, gostaria de falar dessa nova idade: 47 anos.
As fases da vida são, muitas vezes, associadas às décadas da idade. São idades pares, algumas divisíveis por 2, por 3, por 5, ou todos eles. Voltei a estudar os números primos fazendo exercícios de MDC e MMC com o Ariel. Fatorar os números, relembrar propriedades, rever antigos métodos vistos há quase 40 anos...
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o menino ou menina deixa de ser considerado criança com doze anos. Aos dezesseis já pode se alistar para votar. Aos dezoito, chega a maioridade e o Serviço Militar, além do direito a ser candidato a vereador. Aos 21 o cidadão pode ser candidato a Deputado.
As idades redondas começam a contar aos trinta anos, número consagrado por Honoré de Balzac quando escreveu sobre as mulheres dessa idade. Aos quarenta, começa a fase dos “enta”, quando (dizem) o tempo começa a passar mais depressa...
Idades com números primos também têm seu lugar na rotina da civilização ocidental. O primeiro aniversário acontece com 1 ano, que é primo. É aquele aniversário mais curtido pelos pais e avós que pelo filho/neto propriamente. Depois vem o segundo, número 2, primo também, e dessa vez o pequeno aproveita mais a festa. Com três anos já é hora de começar a educação infantil, ir à escolinha para ser estimulado, socializado, essas coisas. A idade número 5 vive o início da alfabetização, saber desenhar letrinhas, os primeiros passos no ato de ler. O próximo número primo das idades é o 7, da primeira formatura do Jardim. Vamos pular os 9 anos, e chegar aos 11, da primeira fase do Ensino Fundamental, às vezes hora de mudar de escola.
Os treze anos são uma idade marcante para os judeus. É neles que acontece a cerimônia do Bar Mitzva, quando o menino passa a ser considerado como adulto nas cerimônias religiosas. Agora ele é contado como um homem judeu.
Dezessete anos é uma idade de conclusão do Ensino Médio, hora de fazer o Vestibular. Muitas vezes para conseguir passar aos dezenove. E quem começa a faculdade aos 18 ou 19 vai se formar aos 23 e batalhar para entrar no mercado de trabalho.
Toda essa aritmética é para tentar imaginar o que fazer – ou o que poderá acontecer – aos 47. Preparar-se para a festa dos 50? Ainda está meio longe. E 50 anos não parece mais idade, é jubileu de ouro.
Fica uma sugestão aos próximos aniversariantes: no dia, leiam o Salmo 90 (o único atribuído a Moisés) e ouçam a Oração ao Tempo, de Caetano. Um texto sagrado e outro profano, ambos profundamente poéticos.
E, mais uma vez, obrigado pela lembrança.
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