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PARIS

Em Paris tivemos um susto: chegamos debaixo de nevoeiro e zero grau de temperatura. Fomos para o hotel e resolvemos sair para o Arco do Triunfo (Place de l'Étoile) e para a fila da Torre Eiffel. Na fila, parados, a sensação térmica com o vento era de 5 graus negativos, por aí. Todos os brasileiros presentes praguejavam contra o frio, e alguns desistiram, nós inclusive. Durante a semana o tempo melhorou, mas veio uma chuvinha chata, uma garoa que molhava a rua mas não justificava uso de guarda-chuvas. Também, já estávamos na segunda quinzena de novembro, mas chegamos a ter dias ensolarados e bonitos. Se Roma lembra Belo Horizonte, Paris lembra São Paulo. São centenas de bairros com vida própria, teatros, comércio, cinemas, metrô, uma cidade que não dorme, um movimento efervescente. Mesmo sem as muralhas de Roma, em Paris as antigas portas medievais continuam servindo de referência para a cidade: Porte de Clignancourt, de Clichy, de Saint-Ouen, etc. São nomes comuns de estações de

UM PASSEIO PELA EUROPA

Agora em novembro eu e Teresa estivemos na Europa. Foram dezesseis dias que passaram bastante depressa. Não quero falar das grandes atrações turísticas. Quero falar de aspectos do dia-a-dia da população local, que pudemos perceber nesse breve período, como se fosse um encontro de culturas. Alguns dos leitores devem se lembrar daqueles antigos livros didáticos brasileiros que descreviam as estações do ano. No outono, as folhas começavam a cair das árvores, que ficavam desfolhadas no inverno, cobertas de neve... Pois é, na Europa é assim. As ruas estavam cobertas de folhas, principalmente em Paris. Aí a gente vê de onde tiraram esse modelo, porque não tem nada a ver com um país tropical. Passamos por Lisboa, demos uma volta pela cidade entre a chegada do Brasil (de manhã) e a partida para Roma (à tarde). Deu tempo de almoçarmos um bacalhau que, honestamente, ficou devendo. Mas ficou a sensação de que temos que voltar lá com mais tempo. O centro é todo calçado com pedras portuguesas. (

NÃO AO ABORTO: e daí?

Belo Horizonte é uma cidade que está sempre presente no meu coração. Coisas que lá acontecem mexem comigo. Então, quando vejo mães jogando fora filhos recém-nascidos, lançando-os na Lagoa da Pampulha (pertinho de onde eu morava) ou na região industrial, onde passa o ribeirão Arrudas, e depois em Ibirité, isso me causa um sentimento que vai além do horror ao infanticídio. Ressalvado o folclore sobre a TFM (Tradicional Família Mineira), em Minas também se aborta, como em qualquer lugar, e também se engravida fora de hora, se é que existe hora certa para nascer e morrer. A maior parte de nós, habitantes do planeta, nascemos por descuido. Planejados mesmo só os fertilizados in vitro, e mesmo assim onde era para vingar um só costumam vir trigêmeos... Os meninos e meninas boiando nos ribeirões e lagoas de Minas e do Brasil em sacos de lixo (e não no gracioso cestinho de Moisés no rio Nilo) não foram abortados. A gestação transcorreu até fase bem adiantada, oito meses, ou a criança nas

Idade prima

Gostaria de começar meu texto cumprimentando minha legião de amigos. Depois, pensei um pouco melhor. Legião era uma tropa de dez mil soldados romanos. Com certeza o número de meus amigos não chega a tanto. Além disso, me vem à memória o episódio dos porcos gadarenos, possuídos por uma legião de demônios. Sinceramente, não acho que meus amigos (e amigas) sejam porcos nem encapetados... Mas, aos muitos amigos e, especialmente, aos muito amigos, gostaria de falar dessa nova idade: 47 anos. As fases da vida são, muitas vezes, associadas às décadas da idade. São idades pares, algumas divisíveis por 2, por 3, por 5, ou todos eles. Voltei a estudar os números primos fazendo exercícios de MDC e MMC com o Ariel. Fatorar os números, relembrar propriedades, rever antigos métodos vistos há quase 40 anos... De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o menino ou menina deixa de ser considerado criança com doze anos. Aos dezesseis já pode se alistar para votar. Aos dezoito, chega

SEGUNDA FASE: Coração do Povo

A SEGUNDA FASE Após trabalhar com a juventude metodista, decidi entrar no Seminário Metodista César Dacorso Filho, que funcionava no Colégio Bennett, no Flamengo. Corria o ano de 1984. Esse primeiro contato com a Teologia foi decisivo para formar a minha fé até hoje. E não foi só um contato com a Teologia, mas com tudo que acontecia na intelectualidade brasileira da época. Os estudantes do seminário tinham acesso às palestras dadas no Bennett por pessoas como Rubem Alves, Frei Betto, Marilena Chauí, Leonardo Boff etc. Enquanto isso, estava concluindo o mestrado em Engenharia de Transportes na COPPE. Surgiu uma oportunidade de trabalhar na minha área em Belo Horizonte. Já conhecia a cidade e gostava da idéia de ir morar lá. Em março de 1985 desembarquei nas Alterosas, para iniciar uma nova fase da minha vida. Chegando a BH, fui dividir apartamento com dois membros da Segunda Igreja Presbiteriana, da IPU. Procurei as igrejas metodistas, mas a maré carismática da época não dava

Músico? Poeta? Ou um estado intermediário...

PRIMÓRDIOS Música faz parte da minha vida desde pequeno. Quando eu nasci minha irmã já estudava piano e foi para o Conservatório, em Santos-SP. Cresci ouvindo todos os dias peças para iniciantes (Minueto em Sol maior [Beethoven], Marcha Turca [Chopin], Le Lac de Côme, enfim, aquilo que todo aluno de piano toca) e também peças mais elaboradas, como os Prelúdios e Fugas do Cravo Bem Temperado de J.S. Bach, além de peças de Ravel e Debussy. Mas isso era a Edna, minha irmã, que tocava. Eu cheguei a ter aulas de piano com ela, e tocava até alguns hinos do Hinário Evangélico, com harmonia simplificada. Porém, aos doze anos, desisti do piano. Aos treze anos (1974) eu estava na Igreja Presbiteriana de Copacabana, quando começou a ter o Culto Jovem das 18 horas. A partir dessa época eu comece a me interessar pelo violão, embora jamais tenha tido aulas. Via o pessoal tocando nos cultos, pedia uma dica para um ou outro, pegava umas revistinhas com cifras e ia tocando mais ou menos. A primeira