João, o apóstolo e o patriarca
No fim do primeiro século da Era Cristã, o discípulo João, autor do quarto Evangelho, fixou residencia em Éfeso, e lá constituiu uma importante igreja. Essa igreja ficou conhecida como comunidade Joanina, tal a importância do trabalho do apóstolo, que lá morreu em idade avançada.
Na última terça-feira, dia 8, despedimo-nos de nosso fundador e Pastor Colaborador, Rev. John Miller, ou João, como gostava de ser chamado. O culto de corpo presente realizado às 15 horas encheu nosso templo, e mais pessoas teriam vindo se não estivéssemos em alta temporada de férias.
Olhando para a trajetória de João Miller é impossível não perceber alguns traços marcantes. Um jovem estudante de teologia sente o chamado de Deus para servi-lo em outro país, talvez a China. Entretanto, a situação política do Oriente muda, e ele toma conhecimento de um campo carente da pregação e da ação do Evangelho na América Latina. Este campo é o Brasil. Aqui chegando, é enviado para uma região no meio do nada, onde só havia a promessa da construção da nova capital do país. O que existia era o cerrado, com povoações espalhadas aqui e ali, com péssimas estradas ligando uma à outra. É neste lugar que, montado a cavalo ou pilotando jipe, o jovem missionário leva a Palavra de Deus de sítio em sítio, enquanto sua dedicada esposa, Da. Jean, dirige a Missão em Formosa-GO. Desse trabalho nasceram várias igrejas presbiterianas no Planalto Central e na nova capital, sendo a nossa IPU a caçula dessa família. E não podemos negar: nossa igreja é uma comunidade joanina, um reflexo do caráter de seu fundador mais presente.
Esse desprendimento, essa disponibilidade para a missão, esse desbravamento, e a longevidade do ministério, são características de um tipo de obreiro: o apóstolo. Virou moda no meio evangélico brasileiro lideranças de igrejas emergentes se auto-intitularem apóstolos. Não vamos discutir os critérios empregados para tanto, mas nos perguntamos quantos deles reúnem essas mesmas qualificações.
Existe outro tipo de personagem bíblico que nos vem à memória: o patriarca. O patriarca bíblico não é o chefe de família machista e autoritário da cultura latino-americana ou mafiosa. É um homem atento à direção de Deus e ao cuidado de sua família e de sua comunidade.
O mais famoso deles é Abraão, que ouve o chamado de Deus em sua terra e começa uma viagem longa e sem destino certo. Como resultado dessa peregrinação, Abraão teve uma grande descendência familiar e, sobretudo, espiritual. O grande número de pessoas que conheceram o Evangelho – ou transformaram seu conhecimento do Evangelho – a partir do ministério desenvolvido por João Miller, são esses os descendentes espirituais desse homem que também veio de longe atender o chamado de Deus e ajudou a expandir o seu Reino.
Se lesse estas linhas, João Miller não aceitaria tais títulos. Nunca se prendeu a honrarias, e a vaidade não o seduziu em nenhum momento. Por isso ele foi, e continuará sendo sempre, João.
Mas é muito importante que a vida de pessoas como ele não caia no esquecimento. A nós cabe continuar sua caminhada.
Na última terça-feira, dia 8, despedimo-nos de nosso fundador e Pastor Colaborador, Rev. John Miller, ou João, como gostava de ser chamado. O culto de corpo presente realizado às 15 horas encheu nosso templo, e mais pessoas teriam vindo se não estivéssemos em alta temporada de férias.
Olhando para a trajetória de João Miller é impossível não perceber alguns traços marcantes. Um jovem estudante de teologia sente o chamado de Deus para servi-lo em outro país, talvez a China. Entretanto, a situação política do Oriente muda, e ele toma conhecimento de um campo carente da pregação e da ação do Evangelho na América Latina. Este campo é o Brasil. Aqui chegando, é enviado para uma região no meio do nada, onde só havia a promessa da construção da nova capital do país. O que existia era o cerrado, com povoações espalhadas aqui e ali, com péssimas estradas ligando uma à outra. É neste lugar que, montado a cavalo ou pilotando jipe, o jovem missionário leva a Palavra de Deus de sítio em sítio, enquanto sua dedicada esposa, Da. Jean, dirige a Missão em Formosa-GO. Desse trabalho nasceram várias igrejas presbiterianas no Planalto Central e na nova capital, sendo a nossa IPU a caçula dessa família. E não podemos negar: nossa igreja é uma comunidade joanina, um reflexo do caráter de seu fundador mais presente.
Esse desprendimento, essa disponibilidade para a missão, esse desbravamento, e a longevidade do ministério, são características de um tipo de obreiro: o apóstolo. Virou moda no meio evangélico brasileiro lideranças de igrejas emergentes se auto-intitularem apóstolos. Não vamos discutir os critérios empregados para tanto, mas nos perguntamos quantos deles reúnem essas mesmas qualificações.
Existe outro tipo de personagem bíblico que nos vem à memória: o patriarca. O patriarca bíblico não é o chefe de família machista e autoritário da cultura latino-americana ou mafiosa. É um homem atento à direção de Deus e ao cuidado de sua família e de sua comunidade.
O mais famoso deles é Abraão, que ouve o chamado de Deus em sua terra e começa uma viagem longa e sem destino certo. Como resultado dessa peregrinação, Abraão teve uma grande descendência familiar e, sobretudo, espiritual. O grande número de pessoas que conheceram o Evangelho – ou transformaram seu conhecimento do Evangelho – a partir do ministério desenvolvido por João Miller, são esses os descendentes espirituais desse homem que também veio de longe atender o chamado de Deus e ajudou a expandir o seu Reino.
Se lesse estas linhas, João Miller não aceitaria tais títulos. Nunca se prendeu a honrarias, e a vaidade não o seduziu em nenhum momento. Por isso ele foi, e continuará sendo sempre, João.
Mas é muito importante que a vida de pessoas como ele não caia no esquecimento. A nós cabe continuar sua caminhada.
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Ronaldo