IPU 30 ANOS
Há exatos 30 anos reuniu-se em Atibaia (SP) um grupo de presbiterianos dos quatro cantos do país. Eles pensavam uma nova forma de ser igreja, e em um Brasil livre das ditaduras, militar e eclesiástica.
Na época, poucos acreditavam que tal coisa seria possível. Aqueles que acreditavam eram acusados de serem comunistas ou liberais, ou as duas coisas, o que ocorria algumas vezes. No Brasil do “ame-o ou deixe-o”, uma coincidência perigosa, que obrigou muitas pessoas a deixarem o país às pressas, e custou a vida de outras que não tiveram a mesma sorte.
No dia 10 de setembro daquele ano, esse grupo de presbiterianos construiu um vínculo entre as igrejas representadas, que recebeu o nome de FENIP – Federação Nacional de Igrejas Presbiterianas. Apesar do nome, a federação surge com uma identidade confessional e documentos de profundo conteúdo teológico e pastoral: Manifesto, Declaração, Pronunciamento Social...
Na época, poucos acreditavam que tal coisa seria possível. Aqueles que acreditavam eram acusados de serem comunistas ou liberais, ou as duas coisas, o que ocorria algumas vezes. No Brasil do “ame-o ou deixe-o”, uma coincidência perigosa, que obrigou muitas pessoas a deixarem o país às pressas, e custou a vida de outras que não tiveram a mesma sorte.
No dia 10 de setembro daquele ano, esse grupo de presbiterianos construiu um vínculo entre as igrejas representadas, que recebeu o nome de FENIP – Federação Nacional de Igrejas Presbiterianas. Apesar do nome, a federação surge com uma identidade confessional e documentos de profundo conteúdo teológico e pastoral: Manifesto, Declaração, Pronunciamento Social...
Cinco anos mais tarde (1983) a federação assume sua identidade eclesiológica. É criada a Igreja Presbiteriana Unida. Portanto, tecnicamente não se trata de 30 anos de IPU stricto sensu, mas do mito de criação (ou, como diria Paulo Coelho, lenda pessoal) que descreve o surgimento da nova igreja. Mito de criação... Lenda pessoal... terminologia que soa estranha quando se fala de igreja. Pois é, são coisas da IPU. A gente é assim.
Eu não estive lá, se estivesse seria talvez um dos mais jovens presentes. Por isso mesmo, não tenho pretensões a historiador da IPU, na verdade estou reproduzindo o que ouvi daqueles que foram desde o princípio testemunhas oculares e ministros da palavra, conforme Lucas abre seu evangelho.
Todavia, não posso deixar de falar do futuro da IPU, como contribuição a um debate.
Todavia, não posso deixar de falar do futuro da IPU, como contribuição a um debate.
Não restam dúvidas de que aquela igreja, que surgiu como reação a todo um estado de coisas terrível vivido em nosso país, tinha respostas para o seu tempo. Faltou, talvez, preparar respostas para os novos tempos. Não se trata de renegar o passado, mas aprender com ele para sermos relevantes, no presente e no futuro.
Quando conheci a IPU, há mais de 20 anos, havia uma firme convicção em relação à igreja que não queríamos ser. Construía-se uma nova maneira de ser igreja, mas era algo em construção. Em alguns documentos aparecia mesmo a figura de um muro de tijolinhos sendo erguido.
Às vezes, tenho a impressão de que alguns pedreiros pararam a construção do muro e resolveram subir nele...
Insisto: não adianta simplesmente demarcar terreno a partir do que não somos. Não somos neopentecostais, não somos puritanos, não somos pietistas, não somos isso nem aquilo. O que somos, então? Reformados, sim. Ecumênicos, no papel. Presbiterianos, sem muita diferença dos outros da família. E, o que mais somos? O que seremos?
A idade 30 é um marco na vida das pessoas, o fim da juventude para alguns, o auge para outros, o início para mais alguns. Na história de uma igreja, talvez seja o início da adolescência.
Fica a provocação, aqui e no orkut.
Parabéns pra nós.
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