Al-Maghrib e Al-Andalus – Marrocos e Espanha, ontem e hoje
A península ibérica e o norte da África já viveram sob um mesmo governo, ou sob uma mesma civilização. Hoje, essas duas terras fazem partes de comunidades diferentes, marcadas por uma cultura comum que permanece, mesmo decorridos 500 anos de sua separação militar.
Falavam um latim vulgar mais brando, sem a força das vogais e consoantes romanas. Surgia o espanhol e, mais tarde, o português.
O século VII viu o surgimento da religião Islâmica, na atual Arábia Saudita. Embalados pelas promessas de riqueza nesta vida (com os saques, em caso de vitória) ou das delícias do Paraíso (após a morte, em caso de derrota), os guerreiros do Islã empreenderam uma conquista militar fulminante. Chegaram ao norte da África em 650, e passaram a cobiçar a Europa.
No século VIII, exatamente em 711, o comandante Tarik ibn Zyad atravessou o ponto mais estreito (18 km) do Mar Mediterrâneo, e conquistou a Espanha. Nesse local existe uma montanha que se projeta pelo mar, conhecida pelos árabes como Montanha de Tarik (Jebel al-Tarik, em português, Gibraltar).
Vinte anos depois quase invadiu a França, sendo contido pelos francos de Carlos Martel, em 732.
Durante mais de 700 anos os mouros (árabes e berberes) tiveram domínios na atual Espanha, que eles chamavam de Al-Andalus (nome que lembra os antigos Vândalos). Lá ergueram grandes cidades, deram nome aos rios (Ouad el-Kebir, em espanhol Guadalquivir, o Rio Grande). O português e o espanhol devem muitas palavras ao árabe falado por esses povos. Os mouros conviveram com as comunidades cristãs e judias. Os cristãos do território ocupado passaram a ser conhecidos como moçárabes.
Finalmente, em 1494, D. Fernando de Aragão e Dona Isabel de Castela expulsaram os mouros e judeus sefarditas da Península Ibérica. Porém, o legado desses dois povos ainda pode ser visto nos prédios, nas ruas, nas músicas e até no jeito de ser dos espanhóis, especialmente os de Andaluzia.
No século V, a onda de invasões bárbaras levou os vândalos até a atual Espanha, então parte do Império Romano do Ocidente. Atravessando o Mediterrâneo, tomaram o norte da África (parte do mesmo império) e estenderam sua ocupação pelos atuais territórios do Marrocos, Argélia e Tunísia. Acabaram sendo derrotados pelos povos berberes, nativos do deserto.
No século VI, os visigodos se fixaram na atual Espanha. Professavam um Cristianismo de doutrina Ariana, diferente do cristianismo romano dos habitantes do império. Mais tarde, aceitaram a doutrina da Trindade conforme o Concílio de Niceia, tornando-se católicos. Os cristãos reuniam-se nas igrejas e celebravam segundo um rito próprio.Falavam um latim vulgar mais brando, sem a força das vogais e consoantes romanas. Surgia o espanhol e, mais tarde, o português.
O século VII viu o surgimento da religião Islâmica, na atual Arábia Saudita. Embalados pelas promessas de riqueza nesta vida (com os saques, em caso de vitória) ou das delícias do Paraíso (após a morte, em caso de derrota), os guerreiros do Islã empreenderam uma conquista militar fulminante. Chegaram ao norte da África em 650, e passaram a cobiçar a Europa.
No século VIII, exatamente em 711, o comandante Tarik ibn Zyad atravessou o ponto mais estreito (18 km) do Mar Mediterrâneo, e conquistou a Espanha. Nesse local existe uma montanha que se projeta pelo mar, conhecida pelos árabes como Montanha de Tarik (Jebel al-Tarik, em português, Gibraltar).
Vinte anos depois quase invadiu a França, sendo contido pelos francos de Carlos Martel, em 732.
Durante mais de 700 anos os mouros (árabes e berberes) tiveram domínios na atual Espanha, que eles chamavam de Al-Andalus (nome que lembra os antigos Vândalos). Lá ergueram grandes cidades, deram nome aos rios (Ouad el-Kebir, em espanhol Guadalquivir, o Rio Grande). O português e o espanhol devem muitas palavras ao árabe falado por esses povos. Os mouros conviveram com as comunidades cristãs e judias. Os cristãos do território ocupado passaram a ser conhecidos como moçárabes.
Entre os séculos XI e XVI vários territórios da península ibérica foram sendo tomados aos reinos mouros. Os novos reinos ibéricos reconheceram a perseverança dos cristãos moçárabes, mantendo seu ritual de culto nas antigas igrejas de Toledo, ao invés de substituí-lo obrigatoriamente pelo ritual romano. Esse rito hispano-moçárabe é até hoje celebrado na Catedral de Toledo e também pela Igreja Episcopal Anglicana da Espanha.
A parte oeste da península formou-se um novo reino, que não falava espanhol: Portucale. No leste, os francos dominavam a Catalonya, onde se falava uma língua mais parecida com o francês: o catalão. No restante, os espanhóis foram se estabelecendo, expulsando os muçulmanos, porém permitindo a permanência dos mestres de obras e artesãos mouros. Eram os chamados mudejares. Finalmente, em 1494, D. Fernando de Aragão e Dona Isabel de Castela expulsaram os mouros e judeus sefarditas da Península Ibérica. Porém, o legado desses dois povos ainda pode ser visto nos prédios, nas ruas, nas músicas e até no jeito de ser dos espanhóis, especialmente os de Andaluzia.
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