NÃO AO ABORTO: e daí?

Belo Horizonte é uma cidade que está sempre presente no meu coração. Coisas que lá acontecem mexem comigo.

Então, quando vejo mães jogando fora filhos recém-nascidos, lançando-os na Lagoa da Pampulha (pertinho de onde eu morava) ou na região industrial, onde passa o ribeirão Arrudas, e depois em Ibirité, isso me causa um sentimento que vai além do horror ao infanticídio.

Ressalvado o folclore sobre a TFM (Tradicional Família Mineira), em Minas também se aborta, como em qualquer lugar, e também se engravida fora de hora, se é que existe hora certa para nascer e morrer. A maior parte de nós, habitantes do planeta, nascemos por descuido. Planejados mesmo só os fertilizados in vitro, e mesmo assim onde era para vingar um só costumam vir trigêmeos...

Os meninos e meninas boiando nos ribeirões e lagoas de Minas e do Brasil em sacos de lixo (e não no gracioso cestinho de Moisés no rio Nilo) não foram abortados. A gestação transcorreu até fase bem adiantada, oito meses, ou a criança nasceu de um parto bem-sucedido. Só que depois foram descartadas, entregues como comida para peixes, cada vez mais raros nas cidades. Troca-se uma morte por aborto, no segundo ou terceiro mês de gestação, por outra, alguns meses mais tarde.
Isso apenas reforça a necessidade de uma outra discussão, que me ocorre toda vez que se toca no tema aborto: Não se interrompeu a gestação; e daí?
O ato de se gerar uma vida precisava ser mais sagrado. Sob pena de fazermos com nossas crias coisas que nem os animais fazem.
Não tenho respostas. Vocês têm?

Comentários

Ronaldo Martins disse…
Meu caro Daniel,
Diante desta questão eu sempre tendo a adotar a velha retórica: do ponto de vista ético, sou contra o aborto; mas, politicamente, acho aceitável a legalização, como uma política de saúde pública.
Entretanto, tenho reforçado cada vez mais a minha avaliação ética/cristão sobre o tema. Concordo com você. A vida precisa ser valorizada. Creio que, sem purismos ou conservadorismos, precisamos levantar a voz, gritar nos becos e passarelas, para pobres ou ricos, que a vida é dom de Deus.
Grande abraço.
Brasília me espere.
Ronaldo
Xandão disse…
Que legal! Meu amigo Daniel tem um blog! Conhecendo sua competência, que tem de teólogo, escritor e músico muito mais do que você enunciou, este blog vai estourar!
Nos vemos dia 27, Tradicionalmente no Raja Grill.
Um grande abraço pra você, Tereza e as crianças que já devem estar enormes.
A partir de agora tens mais um leitor assíduo. Sucesso!!!

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