O NATAL E OS IMPERADORES

Acabamos de comemorar mais um Natal.
Alguns cristãos não gostam da época natalina. Seja pelo consumismo, centrado na pessoa do Papai Noel, seja pela veneração excessiva da figura do menino Jesus, que estaria descolada do Jesus adulto, Senhor e Salvador. Soma-se a tudo isso o cenário europeu, a neve, o pinheirinho, em contraste com nossa realidade tropical.
Há também os que não gostam da forma pela a data do Natal qual foi marcada . Foi por decreto do imperador Constantino, recém-convertido ao cristianismo. Ele quis substituir o culto ao deus Sol, celebrado no inverno do hemisfério norte, dia 25 de dezembro, pelo culto ao nascimento do Sol da Justiça, Jesus Cristo. Pois então o Natal teria essa origem burocrática e pagã, portanto espúria e sem referências na Bíblia. Além disso tudo, para alguns a data de 25 de dezembro seria improvável para uma viagem de Nazaré a Belém, como a que fizeram José e a gestante Maria, em pleno inverno. Eles teriam escolhido outra data para viajar.
Concordo em questionar o Papai Noel, a neve de algodão, até a simpática árvore de Natal. Não sou adepto da religião do consumismo. Também desconfio do 25 de dezembro. Nesse caso, a data, sinceramente, pouco importa.
Porém, não se pode jogar fora a água da bacia com o menino (Jesus) dentro. Quando estudamos a pessoa de Cristo nos damos conta da grandeza da Encarnação. Se é que cremos realmente que Deus se fez gente e veio viver entre nós. Jesus não foi um bom rapaz que "pegaram para Cristo". Também não foi um espírito que evoluiu, evoluiu, evoluiu, até chegar a uma luz especial. Ele nasceu como Deus, e Maria sabia disso. Por isso o Natal tem que ser comemorado, além de tantas outras razões.
Falamos do imperador cristão Constantino e o decreto do Natal. Vamos nos lembrar também do imperador pagão César Augusto, que decretou o censo populacional do Império Romano. Jamais ele poderia supor que seu ato administrativo levaria José e Maria até Belém, a cidade de Davi, onde Jesus deveria nascer. Levou também milhões de famílias a se reunirem em suas cidades de origem, fazendo do primeiro Natal uma festa familiar, como é até hoje.
Cristãos ou pagãos, todos os imperadores deste mundo estão nas mãos do Senhor da História. Esta é uma das lições de todos os Natais.

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